Wonder Fut

Entra ano, sai ano e o que mais ouço nos programas esportivos são críticas ao calendário do futebol brasileiro. Se ele fosse melhor elaborado o nosso futebol seria disparado o melhor do mundo, os clubes estão falindo por conta do calendário, etc... Resolvi então entrar de vez nessa discussão. Vou tentar aqui fazer um exercício e montar o calendário de acordo com as opiniões dos "especialistas". Vamos lá: o ano tem 12 meses (novidade!), sendo que, por lei, um mês é destinado às férias dos jogadores. Sobram 11 meses. Criticam o período de pré-temporada (15 dias) achando que é muito pouco para um time se condicionar. Que um mês seria o ideal. Tudo bem. (dois meses sem futebol). Sobram 10. Argumentam que o Brasileirão deveria ser disputado apenas aos domingos. Se em 10 meses temos 40 domingos (aproximadamente) sobram 2 domingos e 40 meios-de-semana. Fazem críticas a insistência com os estaduais, argumentando que são competições deficitárias e ultrapassadas. Pois bem: acabemos com os estaduais e os clubes pequenos que se lixem. Convençam as federações! Jogos como Remo x Paysandu, Bahia x Vitória, América x Bangu, só se eles se encontrarem nos Brasileiros. Falam também que a Copa Sul-Americana é uma competição caça-níquel, com times inexpressivos de países sem força futebolística. Se não vale a pena, não mandemos mais representantes. Restou a Libertadores (16 quartas) e a Copa do Brasil (14 quartas). Total: 30 quartas-feiras utilizadas. Sendo assim, em 2 domingos e 10 quartas não teremos futebol para assistir (prejuízo para a TV). Se os brasileiros forem caindo na Libertadores, mais quartas ociosas. Se apenas os times menores avançarem na Copa do Brasil (é comum acontecer), cai a audiência da competição. E aí? esse é o calendário ideal? Concordo que precisamos repensar algumas coisas no modelo atual, mas está longe de ser um calendário mal feito. Já foi muito pior em anos passados. Podem criticar sim, mas com argumentos sólidos e projetando como ficaria se suas idéias fossem adotadas. Apenas falar é mole. Ah, faltou dizer que eles acham que o nosso calendário precisa se adequar ao calendário europeu. Poderemos até ter vantagens com esta mudança, mas não podemos esquecer que o Brasil é um país tropical, com forte calor no final do ano, quando as competições não poderão parar (como não para no inverno europeu). Mas esse tema merece um capítulo à parte, que ficará para depois.

Os estaduais de 2011 prometem grandes espetáculos, principalmente os jogos que tenham os principais craques. Está ocorrendo o fenômeno previsto após a definição do Brasil como sede da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016: os principais atletas brasileiros (de futebol ou não) estão preferindo atuar em nosso país a continuar no exterior. Alguns já não tem mercado mesmo por lá, mas outros (e outras) estão vindo (ou ficando) por opção mesmo. Exemplos de Marta no futebol feminino (cinco vezes melhor do mundo e jogando no Santos); as meninas do vôlei disputando a superliga; o mesmo acontecendo com os homens; Cesar Cielo (supercampeão) defende as cores do Flamengo; Maureen Maggi e Fabiana Murer continuam por aqui; e vários outros exemplos. No futebol, a volta de Ronaldinho é o sinal maior desta nova mentalidade. Uns acham que ele já não está muito a fim de jogar bola, mas idade ele ainda tem. Resta saber se há ainda motivação para as obrigações de um atleta. Outros voltaram, como Roberto Carlos, Deco, Ronaldo, Thiago Neves, Adriano (não ficou por aqui muito tempo, mas já pensa em largar a Roma) e outros menos cotados. Todos (os que ainda sonham com a seleção) querem ficar perto do treinador Mano Menezes. Além do fato dos clubes brasileiros (leia-se patrocinadores) estarem pagando quase o mesmo salário que os clubes europeus. Outro bom exemplo é a permanência de Neymar, recusando proposta milionária da Inglaterra. Estrangeiros (em especial, sul-americanos) também estão empolgados com o futebol brasileiro (Montillo, Loco Abreu, DAlessandro, Botinelli - não o conhecia, Arévalo Rios, Maldonado, Valdívia, Valência, Conca, etc...). Precisamos aproveitar esta onda e promover o maior campeonato Brasileiro da história. Mas por enquanto vamos curtir esses craques nos estaduais mesmo.

Finalmente começou o Campeonato Carioca, o mais charmoso do país. E é verdade. Não sei se aguentaria acompanhar o Paulstão com esta fórmula de disputa que eles inventaram. Deve ser muito massante. Já o carioca mistura várias emoções numa mesma competição. Tem o desafio de vencer os pequenos (o Vasco já derrapou logo na primeira curva - derrota em casa para o Resende); tem as semifinais, que mais parecem decisões, tamanha a rivalidade e a vontade de vencer o confronto direto; depois volta a disputa contra os pequenos, intercalada com os clássicos de meio de tabela, para chegarmos a outra semifinal e final de turno (Taça GB e Taça Rio são títulos, sim senhor!). Para terminar, uma grande decisão de campeonato, com os times se entregando em campo para entrar para a história deste centenário campeonato. Depois dizem que estadual não tem graça. O Carioca tem. Já pensou se nesta semana estivesse começando o Brasileirão, para terminar só em dezembro? É muito tempo (11 meses). Considero o calendário perfeito, com uma escala ascendente de importância para as competições. Só faria alguns ajustes: começaria a temporada com torneios municipais de verão, ou seja, competições-relâmpago dentro de cada cidade (no Rio teríamos 8 clubes); em seguida o Carioca, com 12 clubes no máximo; a Copa do Brasil passaria para o segundo semestre, paralela à Sul-Americana e ao Brasileirão. Aí ficaria perfeito. O que acham?

No reveillon de Copacabana foi divulgado o logotipo oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Parece que agora caiu a ficha que os jogos serão aqui, no "quintal" de nossas casas. Minha opinião: achei bem interessante o logo. Representa bem o Brasil, através de suas cores (se fosse privilegiar o Rio, seriam só azul e branco). Os três bonecos irmanados simbolizam várias coisas: a união dos cariocas (com o restante do Brasil), a parceria dos três níveis de governo, a cooperação mútua para a recuperação da cidade maravilhosa; simboliza os três medalhistas em uma competição olímpica; movimento de atletas em diversas competições; a ciranda de roda representa a juventude brasileira, como também ilustra a alegria do povo no carnaval, por exemplo. Com relação a pontos turísticos do Rio, retrata o Pão de Açúcar, as montanhas cariocas, o sol (mais fiel "morador" da cidade), o belo litoral do Rio e o Cristo Redentor (retratado de cima através do boneco azul); alguns conseguiram ver (eu ainda não) os Arcos da Lapa, o Maracanã, a logoa Rodrigo de Freitas e até a Ponte Rio-Niterói. Tá valendo qualquer interpretação. Sem deixar de falar na tridimensionalidade - inovadora - e no nome RIO embutido no desenho (mesmo forçando um pouco a barra para ler o R). Portanto um trabalho muito bem elaborado. A lamentar a onda de insinuações sobre um possível "plágio" de uma ONG norte-americana. Apesar da visível semelhança, considero que foi uma coincidência de inspiração, pois existem no mundo tantas marcas que acho impossível criar uma coisa e não descobrir por aí algo parecido. Tomara que essa onda cesse e os brasileiros se orgulhem e adotem esta marca, que nos acompanhará pelo menos nos próximos 6 anos.

Amigos do blog, depois de um tempo de relaxamento, pensando em outras coisas que não fosse esporte, estamos de volta, com toda a disposição para comentar os fatos que são notícia no mundo esportivo. 2010 foi embora, levando com ele as alegrias e decepções dos torcedores, mas deixando espaço para que 2011 chegue com tudo de bom que o esporte pode proporcionar. Vamos juntos até 31/12 com força total!