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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Legado para o futebol do Brasil


Continuam pipocando opiniões sobre Copa do Mundo e Olimpíadas no Brasil, a maioria delas negativas, no que se refere ao andamento das obras, ao desperdício de dinheiro público e o legado que estes eventos podem trazer para o país. Como Olimpíadas e Copa são competições totalmente distintas, quero falar agora apenas sobre o Mundial e seu legado direto ou indireto para o futebol brasileiro. 

Todos nós sabemos que doze estádios estão sendo construídos ou remodelados, o que por si só já é um legado, póis a Copa vai passar, os jogos vão acontecer e depois os estádios moderníssimos ficarão para sempre (espero). Destes 12, Maracanã, Mineirão, Castelão, Beira-Rio e Arena da Baixada estão sendo reformados, alguns totalmente. Já a Arena do Pantanal (onde era o Verdão), a Arena da Amazônia (o antigo Vivaldão), o Nacional de Brasília (ex-Mané Garrincha), a Fonte Nova e a Arena das Dunas (ex-Machadão) surgem após a demolição de antigos estádios. Ao passo que a Arena de Pernambuco e o Itaquerão surgem do nada, ou seja, estádios novíssimos. 

Porém, para que essas obras fossem realizadas, outros estádios foram reformados para atender às competições internas, sendo um legado indireto: em Minas, o novo Independência e a Arena do Jacaré (Sete Lagoas); em Salvador, o estádio de Pituaçu; e em Fortaleza, um PV mais moderno. Dois importantes estádios estão sendo construidos, aproveitando a onda: a Arena do Grêmio (o Olímpico será demolido), e a Arena do Palmeiras. Se formos considerar estádios construidos recentemente, mas sem ligação com Copa do Mundo, temos a Arena Joinville, a Arena da Floresta, no Acre, o estádio de Barueri e reformas do Serra Dourada, do Mangueirão, de dois estádios no Rio (Macaé e Volta Redonda, este já faz tempo), a Arena da Fonte Luminosa em Araraquara, a Vila Capanema em Curitiba e o Bezerrão em Gama/DF. Para completar, adaptações para aumentar o conforto dos seguintes estádios: Pacaembu, Morumbi, Vila Belmiro, Arruda e São Januário. E não podemos esquecer do estádio construido para o Pan/07, o moderníssimo Engenhão. 

Esse resumo mostra que o futebol brasileiro está se modernizando e não será o mesmo depois da Copa, principalmente se essas arenas forem bem utilizadas, com campeonatos atraentes e jogos importantes, para que o torcedor compareça mais e sinta-se mais confortável nestes belos estádios.
quarta-feira, 30 de maio de 2012

Papos sobre a Copa


Em um dia em que Seleção Brasileira faz amistoso contra os Estados Unidos, mas com o torcedor não dando a mínima importância, a FIFA divulga a tabela da Copa das Confederações, além de mostrar o slogan da copa do mundo: Juntos num só ritmo. 

Sobre o slogan, tudo bem. Sobre a tabela, tudo mal, novamente. Os organizadores precisam vir a público e esclarecer qual o critério adotado para "preservar" o Maracanã de jogos do Brasil: supervalorização do estádio para a final? medo dos cariocas hostilizarem o time em caso de derrota? critérios politiqueiros? 

Não vejo motivo para deixar o Brasil de fora do mais importante estádio do mundo. Mesmo que a seleção chegue às duas finais (coisa difícil de se apostar neste momento), não vai dar nem tempo do carioca curtir o jogo, pois além da tensão natural de uma decisão, a definição só acontecerá três ou quatro dias antes, já com todos os ingressos já vendidos, a maioria para estrangeiros. 

Na época da divulgação da tabela da Copa do Mundo, mostrei à CBF, através de um e-mail, que seria fácil consertar este grave erro, apenas com uma simples triangulação, fazendo o Brasil jogar no Maraca se fosse o primeiro do grupo. Já seria uma grande coisa. Mas eles (a FIFA) deram os ombros para qualquer mudança. Devem estar muito seguros com a decisão tomada. Paciência. A Copa das Confederações seria a oportundidade de diminuir o prejuízo. Mas repetiram o esquema. Haja paciência. 

Mas confio que, mesmo assim, a Copa será uma festa em todo o Brasil, inclusive no Rio. E que Deus fará justiça, "colocando" o Brasil na final e campeão.
segunda-feira, 14 de maio de 2012

Vem aí o Brasileirão. De novo.


Terminaram os campeonatos estaduais. Parabéns aos campeões. A Copa do Brasil segue, já nas quartas de final. Ano que vem ela só vai terminar em novembro. A Taça Libertadores chega na sua fase decisiva, com quatro brasileiros ainda vivos. Em julho tem Olimpíadas de Londres. No segundo semestre tem Copa Sul-Americana... 

E no meio disso tudo, teremos mais uma edição do Campeonato Brasileiro de pontos corridos. Começa sábado que vem e vai até dezembro. Serão 38 rodadas para se conhecer o campeão. Para alguns é muito, uma autêntica procissão que se arrasta por 8 meses. Para outros, poderia ser diferente, começando em janeiro (acaba-se com os estaduais) e jogaria-se só nos finais de semana, intercalando com as competições que citei acima. 

Não vou abrir discussão agora. Quero falar sobre o que espero desta nova edição do Brasileiro. Vejo os paulistas em vantagem. Estão mais preparados. Até o Palmeiras melhorou seu rendimento. Ponte Preta e Portuguesa lutarão para não cair de novo. No Rio, o Flamengo precisa melhorar, pois está atrás dos seus rivais. O Botafogo vinha bem mas novamente caiu numa reta final e deixou seu torcedores apreensivos. O Vasco e o Fluminense apresentam um padrão de jogo melhor e despontam como candidatos ao título. No Rio Grande do Sul, equilíbrio entre a dupla Gre-Nal. O Inter ganhou o Gauchão, mas caiu na Libertadores, Já o Grêmio segue forte na Copa do Brasil. Já em Minas a situação é preocupante. Cruzeiro e Atlético caíram na Copa do Brasil, mas o Galo ganhou o estadual, o que não quer dizer muita coisa. O Coritiba pode ser uma boa surpresa. Para fechar, as incógnitas equipes do Bahia, Sport, Náutico, Figueirense e Atlético/GO. 

Resumindo: tudo pode acontecer neste equilibrado campeonato, talvez o mais equilibrado de todas as competições nacionais pelo mundo. A sorte está lançada.
terça-feira, 24 de abril de 2012

Barcelona fora. Bom para o futebol


Sei que vou criar uma polêmica, mas esta opinião que vou passar agora não é de hoje, após o Barcelona não se classificar para a final da Liga dos Campeões. Não vou contestar a opinião geral de que o Barcelona é um time de outro planeta e dificílimo de ser batido. Tem uma equipe super entrosada e sabe a hora certa para atacar, além de uma marcação pressão que inibe as jogadas ofensivas do adversário. Deste modo conseguiu várias vitórias e títulos. 

Mas eu pergunto: quando o Barcelona joga, você torce contra ou a favor? Tem aquela história de simpatizarmos mais com o time inferior em cada partida, mas o que eu questiono é sobre o prazer de ver o Barça ganhar. Apesar da competência, chega a dar tédio ver um jogo deles, pois fica chato assistir aquele toque pra lá, toque pra cá, até um jogador aparecer livre para concluir. Para os barcelonistas, tá ótimo assim. Mas pra quem gosta de emoção, ataques de parte a parte, chutes de longe, dribles desconcertantes, jogadas individuais (isso o Messi faz como poucos) tudo isso é o que dá prazer para os amantes do futebol. 

O jogo Vasco x Flamengo foi um exemplo disso. Se não teve o entrosamento e a tranquilidade do Barça, teve a emoção de vários lances de gol e tensão até o fim. Acho injusto começarem a desmerecer o que o Barcelona faz de bom, mas considero positivo para o futebol ver o adversário, mesmo sendo um time repleto de nomes famosos, conseguir barrar o favoritismo dos espanhóis jogando com raça, união e matando o jogo em dois lances. Eram as armas que o Chelsea tinha. 

O Barcelona certamente não abdicará de seu estilo, vai vencer outras vezes, mas é tranquilizador saber que este estilo não será 100% adotado, pois não é invencível e não é tão agradável de se ver. Futebol é competência, mas também é emoção e alegria. Para terminar, outra pergunta: Garrincha jogaria no Barcelona?


sábado, 14 de abril de 2012

Respondendo à FERJ - Parte 2


Seguindo com meu ponto de vista a cerca das dúvidas que a FERJ está levantando sobre a razão da ausência do público nos estádios do Rio, falarei sobre os cinco tópicos restantes:


6. Preço - Os preços dos ingressos aumentaram muito de uma hora para outra. "Descobriram" que futebol era um negócio rentável e resolveram faturar em cima do pobre do torcedor.Tem jogo que vale o ingresso cobrado, mas tem outros que de graça já é caro. O correto seria tabelar o preço de acordo com a força dos times, da importância do jogo e do conforto que o estádio oferece. Não é justo o torcedor pagar o mesmo preço de um lugar confortável e protegido do Engenhão ao de uma arquibancada de cimento, quente e de cara pro sol em Moça Bonita! Ao mesmo tempo que uma decisão entre dois grandes do Rio tem que valer mais do que um jogo entre pequenos sem chances de conquistas ou classificação. 

7. Número de times - Quando o Carioca implantou esse atual sistema de disputa, o número de participantes era 12. Foi um sucesso, é só pesquisar. Turnos rápidos, com todos os jogos sendo importantes, pois não havia tempo para se recuperar de tropeços. Depois que passou para 16, os turnos ficaram mais tediosos e previsíveis, diminuindo a chance de zebras e elitizando as semifinais.

8. Formato - Sou tão a favor deste formato que, coincidência ou não, o sugeri à FERJ em 1999 e ele foi aplicado em 2004, com sucesso comprovado e já copiado por outras federações. Mas foi feito um ajuste que considero prejudicial. Na minha sugestão original não havia semifinal de turno e sim semifinal de campeonato. Vou explicar melhor isso na terceira parte de minha análise.


9 - Descaso dos clubes - É um desrespeito com o torcedor avisá-lo que no próximo jogo os titulares serão poupados em função de uma outra competição. E ainda querem ver o torcedor nas arquibancadas! Pior seria se não avisassem! O clube precisa formar elenco para aguentar duas competições ou então que abra mão de jogar uma delas, Se o elenco for equilibrado as alterações serão feitas e ninguém vai perceber. Quando um time poupa os titulares, está abrindo mão de vencer. Pode até ganhar o jogo, porém mais pela imcompetência do adversário. E não vem depois usar isso como desculpa se perder um clássico, por exemplo!


10 - Bebida alcoólica - É claro que a ausência de bebida dentro do estádio faz com que o torcedor que gosta de beber fique mais tempo lá fora (bebendo) e depois entre (quando não desiste por falta de condições...). Outros preferem ver o jogo em casa, perto da geladeira, ou no bar, cercado de "loiras". Mas acho uma boa restringir a bebida no futebol, por conta da violência que o álcool pode geral no meio da torcida.


No terceiro post venho com minhas sugestões para melhorar o público no futebol.
sexta-feira, 13 de abril de 2012

Respondendo à FERJ - Parte 1


Preocupada com o baixo interesse do público torcedor aos jogos do Campeonato Carioca de 2012, A Federação de Futebol do Rio está estudando alguns tópicos que ela considera fundamentais para se entender este comportamento e buscar uma solução. Como sempre gostei desses temas, vou comentar um a um, sempre com a visão de um torcedor que acompanha futebol e frequenta estádio já há algum tempo.

1. Segurança - Andar na rua à noite sempre foi perigoso. Voltar de um jogo já de madrugada é um convite para deixar de frequentar estádio. Portanto, quanto mais cedo um jogo terminar, melhor. A insegurança nos transportes também é relevante. Se antes a preocupação era apenas com o encontro de torcidas rivais, que normalmente geram confusões nas estações e nos vagões de trem, agora a moda é enfrentamento entre torcidas de um mesmo time, mas de regiões rivais, aumentando o grau de insegurança.

2. Horário - Além do desconforto de sair do estádio à meia-noite, tem horários mais cedo que também são complicados. Jogo às 4 da tarde num domingo de sol afasta muita gente do estádio; Jogo no sábado à noite é "oito ou oitenta": Ou se joga às 17 horas, para que o torcedor possa curtir a noite após deixar o estádio, ou então que seja às 8 e meia, por exemplo, para que o futebol já seja a programação noturna do sábado. Outro horário inviável é em um dia de semana à tarde (exceto nas férias escolares). Muita gente vai, mas quem trabalha e gosta de futebol fica impossibilitado de acompanhar seu time.

3. Violência - Tem a violência longe dos estádios (já comentei no primeiro ítem) e tem também a rivalidade exagerada durante os jogos, quando as duas torcidas resolvem descarregar suas iras umas contra as outras, sobrando para quem não tem nada a ver. Será que vale a pena insistir com essas organizadas, de tão mau comportamento?

4. Acesso - São três as possibilidaes de se chegar aos estádios: de trem (ou metrô), de ônibus ou de automóvel. Como o Rio é uma cidade bem desenvolvida, todos os estádios estão bem localizados. Muitos campos pouco utilizados atualmente são próximos à linha férrea. Precisamos revitalizar estes lugares (Olaria, Bonsucesso, Madureira, Campo Grande, Bangu...). Com relação ao Engenhão, há trem em frente, mas para se chegar de ônibus ou de carro hoje é complicado. De carro, então, nem se fala. Principalmente porque não há lugar barato e seguro para estacionar. Sem falar no trânsito congestionado em grandes jogos. Tudo isso interfere na ausência de público.

5. Televisão - É um motivo primordial para termos estádios vazios.A concorrência é desumana. Hoje ninguém fica sem ver seu time jogar. Em casa, no bar, no restaurante, na casa do vizinho ou pela internet, o jogo está à sua disposição. O torcedor só troca o conforto pelo estádio se a partida valer este sacrifício. Mas o torcedor apaixonado não quer nem saber de TV. Bom mesmo é no campo!


No próximo post termino a análise, com os cinco tópicos restantes.
quarta-feira, 11 de abril de 2012

Segunda mudança: Brasileirão


Após propor alguns ajustes nos campeonatos estaduais, objetivando um sucesso maior, quero falar agora sobre o nosso Campeonato Brasileiro:


1. Considero um grande avanço delimitar a quantidade de participantes em 20 clubes, número mantido já há alguns anos. 

2. Diferentemente do que pensava na época, hoje aplaudo a fórmula de pontos corridos. Facilitou muito a vida dos clubes, a programação da mídia e o acompanhamento do torcedor.

3. Mas não há nada bom que não possa melhorar. O torcedor sente falta das grandes decisões, jogos que realmente marcam cada edição do campeonato. Porque não adequar os pontos corridos a uma fase final com decisão?

4. Sou contra aquela fórmula de se classificar oito times para fazerem uma mata-mata até se conhecer o campeão. Acho exagerado um oitavo colocado ter chance de disputar o título em igualdade de condições com o primeiro colocado.

5. Sendo assim, sugiro uma alternativa inédita, que pode ser confusa a princípio, mas que resolveria esse problema. Primeira Fase: Dois turnos - ida e volta - com 18 clubes (34 rodadas), classificando-se quatro times para a fase decisiva. Estes já estariam classificados para a Copa Libertadores do ano seguinte. Na fase final teríamos duas etapas: 1ª etapa: 1º x 4º e 2º x 3º. Os vencedores disputam uma vaga para a decisão. 2ª etapa: 1º x 3º e 2º x 4º. Os vencedores disputam a segunda vaga na final. Se um mesmo clube vencer as duas etapas será o campeão brasileiro. 

6. Obs: Na fase final cada um dos quatro times teria duas chances de chegar à final. Não haveria eliminação sumária. Na fase final, os confrontos serão em jogo único, no campo do melhor colocado. Apenas a decisão seria em dois jogos. Total de seis datas na fase final. No geral, 40 datas seriam necessárias.


7. Resumindo: sistema de ida e volta preservados, primeira fase definiria os times na Libertadores e resgataríamos as decisões, com mais justiça do que no passado.

Não custa nada esclarecer


O assunto mais comentado na mídia esportiva nas últimas horas é a súmula do jogo Vasco x Flamengo e sua "adulteração" no caso das "expulsões" dos vascaínos. Coloquei aspas em "adulteração" e "expulsões", mas a imprensa especializada não fez isso. Pelo contrário, colocou em letras maíusculas e em manchetes. Porque é interessante levantar polêmicas e alimentar críticas às entidades esportivas. 

Como sei bem como o processo funciona, não vou cair nesta armadilha, tão comum na mídia, infelizmente. Não custa nada esclarecer (alías a nota da FERJ já é bem esclarecedora, mas isso não dá ibope). 

A súmula consiste em 5 páginas. Nela o árbitro anota tudo que ocorre na partida. Quando necessário relata algo em uma página anexa. Aquelas listas com o nome dos jogadores é um adendo que o clube manda para oficializar quem tem condições de jogo. Quando a súmula chega à entidade (FERJ, no caso), o funcionário analisa os dados do documento e, para facilitar seu trabalho, transcreve para aquelas relações de jogadores o que o árbitro relatou, atráves de codificação (gols, cartões, substituição, etc...). Antes ou depois destas anotações a súmula, mais as relações dos clubes, são publicadas no site, para atender ao Estatuto do Torcedor. Neste caso específico, o funcionário, segundo a FERJ, interpretou mal o relatório do árbitro e anotou como expulsão ("V" = vermelho) os fatos envolvendo os cinco atletas cruzmaltinos, quando na visão da entidade, eles foram apenas citados para posterior julgamento. Cabe ao tribunal avaliar esta interpretação. 

Por conta deste mal entendido, as anotações foram apagadas. Para mim dois erros aconteceram: Primeiro, não é necessário publicar a lista dos atletas com as anotações internas. Segundo, seria melhor um adendo explicando o equívoco do que simplesmente apagar (caracteriza-se uma rasura). Taí meu ponto de vista sobre o tema. Sem sensacionalismo ou injustiças. Agora é esperar o julgamento para saber o desfecho desta história.
sábado, 17 de março de 2012

Primeira mudança: estaduais


Neste blog eu tenho como costume analisar temas ligados principalmente à organização do futebol brasileiro. Com a recente mudança de comando da CBF várias pessoas insistentemente passaram a sugerir radicias alterações no nosso calendário. Sendo assim, vou também dar alguns pitacos, muitos deles já comentados por aqui. Procurando sempre ser bastante crítico. 

O primeiro tema é ESTADUAIS. Já ouvi muita gente pedindo o fim dos estaduais, baseando-se em justificativas até aceitáveis. Mas eu não acho que os estaduais sejam um problema para o calendário. O que penso a respeito: 

1- Os estaduais precisam ser tratados como um torneio, apesar do nome campeonato ser bastante usado. 

2- Porém que seja um torneio de nível nacional, só que com restrições geográficas, ou seja, tudo que se exige nas competições nacionais deve ser exigido nos estaduais, guardando as características de cada estado. 

3- A principal exigência é a estrutura dos clubes participantes. Para jogar um estadual num grande centro o clube deverá ter um estádio de médio porte, com gramado impecável e conforto para torcida, atletas e imprensa. Quem não tiver, não joga. 

4- Outro passo importante é a padronização da forma de disputa entre TODOS OS ESTADUAIS. O sistema utilizado no Rio e copiado por algumas federações comprovadamente é um sucesso, com menos jogos e várias decisões. O que deve diferir um estado de outro é o número de participantes, que deveria váriar entre 16, 12 ou 8 clubes. Apenas São Paulo comporta 16 clubes. Rio, Minas, Rio Grande, Bahia, Pernambuco, etc... podem fazer um belo estadual com 12 clubes. Já os ex-territórios, além do Distrito Federal, Espírito Santo, etc... fariam sua competição com oito clubes. 

5-  Com menos jogos, os estaduais começariam um pouco mais tarde, aumentando a pré-temporada. 

6- Os demais times fora das primeiras divisões jogariam as divisões de acesso, mas só subiriam para a Série A se apresentassem estrutura adequada. 

7- Para que os estaduais dêem certo, é preciso ter gente nas arquibancadas. Portanto é fundamental que haja promoções para baratear o ingresso e atrair torcida. Com estádios cheios o nível do jogo melhora e a TV pagaria mais para transmitir. 

8- Com organização, promoção e alto nível técnico, os estaduais seriam valorizados, alimentando a rivalidade local e fazendo o torcedor comemorar de verdade cada título conquistado. Depois sim vem o Brasileirão com oito meses de duração. Mas esse é tema para um próximo post.
quinta-feira, 15 de março de 2012

A hora é essa

Amigos do Wonderfut, por conta de compromissos ou, em alguns momentos, por falta de assuntos interessantes, me ausentei um pouco do blog. Mas nesse último mês ocorreram vários fatos que merecem um comentário. A organização da Copa de 2014 segue conturbada, infelizmente. Os opositores estão inspitrados, contestando tudo que está sendo feito, estejam certos ou não. O secretário da FIFA apimentou essa discussão, com frases infelizes contra nosso país. Mas se desculpou e parece que tudo voltou ao normal. Bebeto se juntou a Ronaldo no papel de mestre de cerimônias da Copa. 

Mas a grande notícia dos últimos dias foi a renúncia de Ricardo Teixeira à presidência da CBF. Deixo para os jornalistas profissionais comentarem o que ele fez de bom (?) e de ruim para o futebol brasileiro nestes 23 anos sob o seu comando. Mas acho que esse episódio dá uma grande oportunidade para termos consideráveis mudanças no futebol. Só que as coisas não podem acontecer de uma hora para outra. Tudo tem que ser feito com os pés no chão. Primeiro é preciso encontrar um nome certo para assumir o cargo, que aliás não está vago, pois José Maria Marim ocupa a presidência até uma próxima eleição. Muitos nomes foram citados, a maioria de ex-jogadores. Neste caso prefiro seguir a sugestão do meu grande amigo José Dias, um expert em futebol brasileiro, que considera Carlos Alberto Torres, o Capita, como uma pessoa preparada para assumir tamanha responsabilidade. Um ponto a seu favor é que ele não é ligado a nenhum clube especificamente (talvez o Santos), como seria Zico, Dinamite, Falcão, etc...

Outro passo importante é se analisar o calendário detalhadamente e não sair cortando competição e inchando-o com outros torneios inconsistentes. Sobre calendário falarei posteriormente. E para terminar, considero que, se o Brasil quiser realmente ganhar essa copa em casa, deve trocar o treinador. Sugiro, para o lugar do Mano (um fracasso, na minha opinião) o nome de Luiz Felipe Scolari, o campeão de 2002. É o único nome que seria aprovado por grande maioria dos brasileiros. Tem competência, currículo e carisma. Como esses são assuntos palpitantes, depois retorno a eles.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

É certo se criticar o gramado?


Nos últimos dias comentou-se muito a declaração do uruguaio Loco Abreu, jogador do Botafogo, que criticou bastante o estado do gramado do estádio do Bangu, onde o Botafogo empatou com o Nova Iguaçu. Devo fazer primeiramente um comentário: se formos fazer uma comparação dos campos brasileiros da atualidade com os mesmos gramados há 20, 30 anos atrás, hoje eles estão infinitamente melhores (falo dos grandes estádios, obviamente descartando aqueles que estão sendo reformados para a Copa, que certamente retornarão com gramados impecáveis). 

Mas acho coerente e oportuno que um jogador de categoria internacional levante essa questão, para que as autoridades olhem com mais carinho para este tema tão importante no futebol, o gramado. Ao mesmo tempo acho engraçado alguns jogadores, dirigentes e até jornalistas contestarem a opinião do Loco, insinuando que ele quis desviar a responsabilidade por um empate do seu time contra um chamado pequeno. Pode até ser, mas que o gramado estava horrível, estava. Outros times jogarão lá e provavelmente ganharão, pois de três resultados possíveis no futebol, dois deles é vitória de alguém, independente do campo. 

O que queremos na verdade é ver grandes jogos, jogadas bonitas, chutes precisos e isso só acontece com bons gramados, os chamados "tapetes". Portanto, acho extremamente válidas declarações como essas, principalmente vindas de atletas experientes. Só quem é peladeiro não se importa em jogar em gramado ruim. Um bom profiisional joga em qualquer campo, porque é um profissional. Mas não esperem dele atuação digna de craque, pois craque tem que jogar em tapetes verdes, para que seu futebol sobressaia.

PS: gostaria de ver agora a imprensa dar o mesmo espaço que usou na hora de se criticar o estado do gramado do Engenhão em 2011 para elogiar a sua condição nesta temporada de 2012. Antes que o excesso de jogos o estrague de novo (o Botafogo está lutando para evitar isso).
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Novo ano, velha rotina


Sempre que um novo ano se inicia, os fãs de futebol esperam por grandes e novas emoções. Certamente estas emoções acontecerão, mas na verdade mudam-se os personagens mas mantêm-se o roteiro. Ou seja: não sabemos quem serão os campeões, os destaques, os artilheiros, mas sabemos o que acontecerá em cada uma das competições. 

Por exemplo: nos estaduais, muito provavelmente um grande clube será o campeão. A imprensa fará força para motivar o torcedor ao final de cada rodada; as decisões serão badaladas durante a semana, o campeão fará sua festa e.. fim. Isso vale para a Copa do Brasil e para o Brasileirão, onde após 38 rodadas conheceremos o primeiro colocado, como acontece todo ano. Teremos grandes jogos e partidas fracas tecnicamente, como sempre ocorre. Polêmicas, erros de arbitragem, tudo o que acontece costumeiramente acontecerá em 2012. 

O que quero dizer com tudo isso: o futebol brasileiro entrou numa perigosa rotina, que acaba distanciando o torcedor do estádio e aproximando-o da TV. Os clubes ganharam uma força enorme, deixando a seleção brasileira em segundo plano (muito por culpa dela própria), fazendo com que o espírito esportivo perdesse espaço para as grandes rivalidades clubísticas. Em 2013 teremos uma novidade: a Copa das Confederações no Brasil, que certamente movimentará o torcedor, deixando seu clube um pouquinho de lado. Em 2014, nem preciso lembrar; tem Copa do Mundo em nosso pais, que certamente parará o Brasil durante um mês ou mais. Em 2015, tem Copa América (também aqui) que talvez fique um pouco esvaziada por conta da Copa, um ano antes. Mas é uma novidade também, pois a última edição aqui foi em 89. E para fechar, 2016 é ano de Olimpíada no Rio, uma competição poliesportiva, mas que pela sua magnitude, movimentará o Brasil inteiro. Isso tudo paralelamente à tradicional rotina do nosso futebol. 

E em 2017? Volta tudo ao normal. Por isto insisto na minha sugestão, que já data mais de 15 anos, mas que ainda não chegou aos ouvidos certos: a criação do Brasileiro de Seleções Estaduais, de dois em dois anos. Seria uma novidade para o público jovem, sem tirar o espaço dos clubes e de seus campeonatos. Já expliquei várias vezes aqui no blog como seria esta nova competição. É só pesquisarem que acharão. Mas o sentido dessa conversa é: quem administra o nosso futebol está acomodado no sistema atual, sem criar coisas novas. Estamos precisando de uma rotina diferente, de vez em quando. Pensem nisso.